Antes e depois: Fighting Games

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

 

Quando penso na minha infância gamer os momentos mais nostálgicos não são aqueles em que aperto o único botão do controle do meu Atari de forma frenética ou que experimento o rápido rolar do porco espinho azul no Master System pela primeira vez. Definitivamente são aqueles antecedidos pelo brilhante logo amarelo da Capcom no falecido Snes enquanto esperava Street Fighter 2 iniciar para mais uma sessão desenfreada de pancadaria antes de fazer os deveres de casa.

Diferente de muitos a minha verdadeira paixão infantil nunca foi Super Mario e suas incontáveis sequências. Quem acompanha meus textos, se é que ainda existe esse tipo de pessoa, sabe que até hoje games do encanador italiano não enchem meus olhos, enquanto os jogos de luta, seguidos bem de perto por shooters de ação, fazem parte do cume de minha preferência. Como bom seguidor do estilo, acompanhei três grandes franquias desde seu inicio no começo dos anos 90 até os dias de hoje, no auge da nova geração. Mortal Kombat, Street Fighter e Fatal Fury/The King of Fighters. Após jogar cada uma das novas empreitadas destas sagas imortais, nada mais justo que tentar compará-las e ver como cada qual lidou com o passar do tempo e o avanço da tecnologia. É válido ressaltar que não se tratam de resenhas ou análises profundas dos games, atuais ou antigos, proponho somente uma observação sobre a essência de cada título e como esta se manteve com a sabedoria (ou não) adquirida pela idade.

Mortal Kombat

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Como Começou: A franquia começou nos arcades em 1992 e chamou muita atenção da mídia pelo excesso de violência e sangue no decorrer do game. Todo este exacerbo era expresso no final de cada combate pelos fatalities, comandos que na época pareciam impossíveis e executavam uma ação extremamente brutal contra o adversário atordoado. Cabeças rolantes e jorros de sangue eram comuns e apreciados com felicidade pela turba de garotinhos pré-adolescentes.

Outro fator que causou um sucesso estrondoso de Mortal Kombat nos consoles de mesa foram seus gráficos. Os personagens eram feitos com moldes reais e tinham uma aparência “cinematográfica”. Para os padrões 16bits daquele tempo era algo bonito de se ver.

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A jogabilidade rápida também foi marca característica de Mortal Kombat nos seus early days. Pulos e seqüências de combos impetuosos faziam as partidas serem rápidas e agressivas. Coisa rara naquela época.

Aonde foi Parar: Mortal Kombat Vs Dc. Universe

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A ação frenética já vinha se perdendo na franquia Mortal Kombat desde seus Armageddons e companhia no imortal PS2. Não que os jogos sejam ruins, mas não acompanharam o ritmo da geração passada, e, creio eu, muito menos da atual.

MK Vs DC, como diz em seu título é o lar de um confronto até então impensável. Uma concepção típica das férteis mentes infantis: O que aconteceria se o Super Homem enfrentasse o Sub-zero ?

Apesar dos gráficos bonitos e proposta grandiosa, juntar tais universos, a jogabilidade é bem lenta, tornando as lutas, além de demoradas, entediantes. Ainda há violência, claro, os fatalities também estão lá, de alguma forma pervertida, bem amenos e sem graça, mas estão.

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Os personagens, principalmente da DC, poderiam ser mais bem trabalhados. O Coringa, que após The Dark Knight se tornou a personificação da insanidade, lembra mais a versão de Jack Nickholson, uma criatura que pende para o lado da excentricidade, não da loucura.

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Mortal Kombat tenta, admito, mas a grandiosidade outrora alcançada pela franquia, rivalizando em pé de igualdade com Street Fighter se perdeu no tempo. A saga de Liu Kang não explorou de maneira sábia os recursos das três dimensões e só deve encher os olhos dos verdadeiros fãs da série.

The king of Fighters

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Como Começou: The King of Fighters, ou KOF daqui para frente, começou como uma espécie de Dream Match entre os jogos de luta da extinta SNK. A produtora pegou seus games mais famosos, Fatal Fury e Art of fighting, jogou a cronologia/história para o canto mais próximo e armou os combates. Uma receita de sucesso estava servida.

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Naquele tempo, além do óbvio fator cross over incutido no game, KOF também tinha uma jogabilidade rápida e dinâmica, algo que se tornou marca da série. Combos e “apelações” entravam em cena juntamente com uma movimentação diferenciada com as esquivas e explosões de barra para maiores seqüências de ataques.

KOF era somente sobre as lutas. Os gráficos não eram os melhores, os sons infelizmente seguiam pelo mesmo caminho. Os combates, por outro lado, não deixavam nada a desejar.

Aonde foi Parar: KOF XII

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Para a comemoração do 15º aniversário da franquia, a SNK-Playmore resolveu inovar: contratou famosos desenhistas do mundo gamer, refez todos os sprites e com um belíssimo artword feito a mão KOF estava pronto para explodir a nova geração. Perfeito, certo? Longe disso.

KOF XII tem MUITOS problemas. Sim, o artwork está belíssimo. Os personagens foram remodelados e alguns deles tomaram bomba, como Ralf e Clark, mas nada que se torne um problema. O resultado é até satisfatório. Os gráficos, porém, são porcamente adaptados para televisões FULL HD, aparecendo cheio de serrilhados e bastante pixelados quando aproximados. Sim, aproximados. O jogo conta com um novo modo de câmera que dá um close na luta assim que os oponentes se aproximam, ou seja, o tempo inteiro. Seria algo realmente bonito e eficaz, os problemas visuais já citados, no entanto, arruínam por completo esta experiência.

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Outro fator bastante criticado no novo titulo da série é o reduzido número de personagens. The king of fighters sempre teve como marca sua variedade de escolha. Já que era um jogo de trios, diferente dos outros games aqui comentados, era necessário um enorme leque para a escolha. O último jogo conta com somente 22 lutadores e até mesmo alguns clássicos ficaram de fora, como Mai Shiranui, o que obviamente gerou um descontentamento geral por parte dos fãs. Estas, juntamente com o menu principal pobre, quase arcaico, são marcas de um trabalho feito com pressa e mal acabado.

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KOF XII, por incrível que pareça, não é um jogo ruim. As partidas continuam frenéticas e com uma jogabilidade inalterada relembrando os primeiros títulos, o que é bom. Quem conhece a série, quem já pagou R$ 0,25 por dois créditos, vai gostar e se divertir muito, como eu.

Street Fighter

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Como Começou: Seria até errado falar que a maior série de jogos de luta começou com street fighter 1. Eu, por exemplo, nunca cheguei perto de um cartucho ou fliperama contendo o jogo. Creio também não conhecer alguém que o tenha feito.

Era 1993 quando a Capcom lançou o já sucesso dos arcades, Street Fighter 2, para campeão de vendas daquela geração: Snes. O jogo não tinha os melhores gráficos, se comparado à Mortal Kombat, não tinha a jogabilidade mais fluida se comparado à The King of Fighters, mas os poderes relativamente simples e personagens cativantes, além da facilidade com que o jogo era encontrado, praticamente em qualquer botequim.

Aonde foi parar: Street Fighter IV

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A Capcom acertou em cheio. Quando falaram que o novo Street Fighter seria feito com uma engine 3d admito ter torcido o bico. Só consegui me lembrar do fracasso que foi Street Fighter EX. Felizmente não estamos mais na década passada e os consoles possuem ótimos processamentos gráficos.

Sim, como acabei de dizer, SF IV possui gráficos 3D, mas com uma jogabilidade completamente em 2D. Por mais estranho que possa parecer, a coisa funciona, e como funciona. Todos os personagens clássicos estão presentes neste ótimo, se não perfeito, fighting game da Capcom. Desta vez não há super-pulos como nos crossovers Capcom Vs coisas randômicas, não há hadoukens que ocupam metade da tela. Se Street Fighter fosse criado hoje, ele seria exatamente como Street Fighter IV.

Os personagens clássicos estão presentes, além de alguns outros importantes da série, como Akuma e Cammy. Aqueles trocentos lutadores que ocupavam a tela da versão Alpha 3 não foram aproveitados, o que não faz falta alguma, já que todos sempre preferem os mais tradicionais.

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Visualmente falando o jogo é perfeito. Não consigo imaginar gráficos melhores que aqueles, não falo somente nos consoles atuais, não consigo imaginar aonde podem melhorar PONTO. Todos os efeitos do cenário, como luzes refletindo na roupa dos personagens e interações animadas do fundo fazem de Street Fighter IV uma experiência inesquecível.

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Se de algum modo fosse possível mensurar a importância dos Jogos de luta ao passar do tempo, como uma espécie de acervo histórico, estes três com certeza estariam no hall da fama. Apesar dos recentes erros de algumas franquias/empresas, os fãs continuam a agradecer por seqüências que, como estas, são muito mais que meros jogos de videogame, são uma parte da infância de todo nerd.

6 comentários:

Risso disse...

Minha relação com os jogos de luta sempre foram muito salteadas, começaram com os primeiros SF e MK e só lembro de voltar a jogar quando saiu o MK IV para N64.

Ainda assim joguei um pouco de Capcom Vs "outras coisas", principalmente por finalmente apresentarem o que talvez tenha sido o único jogo decente com personagens da Marvel.

Hoje em dia continuo preferindo os shooters a qualquer jogo de luta, salvo o SF IV que realmente me agradou bastante (exceto por aquele hadouken fuleiro do especial do Ryu). XD

Vladimir Caminha disse...

Eu te odeio. Tu sempre me faz querer comprar um xbox 360.

Eu sempre fui mais fã do MK, mas agora fiquei doidinho para jogar SF IV!

Marcos Cordeiro disse...

O KOF XII não tá tão rápido quanto os outros jogos da série. Senti falta de não poder cortar poder com especial (quem joga entende o que eu disse) xD

ykizbr disse...

Rá, me fez lembrar os velhos tempos. Muito bom o Post!

Eu pirava no Xmen vs Street Fight no arcade do shopping... lá se iam 10 reais todo fds!

Matt disse...

Admito que nunca fui fã de KOF e era muito ruim nos outros jogos, mas clássicos são clássicos. Ainda invejo meus amigos que sabem recitar brutalities.
Dessa nova geração só joguei o SF IV e concordo contigo, é PERFEITO!
Belo post, super nostálgico! =)

Anônimo disse...

Sempre gostei de MK, pra mim os jogos de MK são os melhores de luta, apesar d'eu ser grande fã também de SF.