Psicologia do amor: elevadores, pontes e redes.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

 

No meio de um dia deveras interessante envolvendo filas, filas e mais filas, tive que subir e descer no elevador do Monumental Shopping, junto com 5 ou 6 desconhecidos, pelo menos 2 vezes. Experiência interessante para uma mente vazia e que se permite alguns pensamentos insanos.

O que me chamou a atenção foi perceber o nosso medo de se relacionar. E esse medo emocional é tão grande, que chega a ser somatizado. Portanto, um elevador com pessoas desconhecidas é uma experiência extremamente claustrofóbica, intensificada pela sensação de náusea – o famoso “friozinho na barriga” – causado pelo elevador – principalmente quando é velho – no seu movimento de sobe-desce.

Me ocorreu então que todos poderiam pensar a mesma coisa: “Esse elevador pode despencar, eu vou morrer e essas podem ser as últimas pessoas que vou ver na vida”. Sob esta perspectiva, inevitavelmente as pessoas tornam-se mais interessantes. Daí a claustrofobia: não podemos olhar pros nossos companheiros de viagem por vergonha (ou medo) e ficamos torcendo pra não morrer enquanto olhamos para os nossos pés. A única brecha que encontramos para levantar a cabeça é quando a porta do elevador se abre e qualquer um entra ou sai.

Enfim, onde entra a psicologia do amor? Aqui entramos na parte viajante e pseudocientífica, porém plausível, da história: no episódio 3 do anime School Rumble, uma personagem fala sobre o efeito da ponte suspensa. Tal efeito aconteceria quando uma pessoa atravessa uma ponte olhando para outra do sexo oposto (ou não) e se apaixona. Como? Simples pareamento de estímulos: a aceleração das batidas do coração causada pelo medo de cair da ponte é associada à visão daquela pessoa, causando o que chamamos de paixão. Provavelmente o “friozinho na barriga” do elevador causaria efeito semelhante.

Será possível alguém achar o amor da sua vida em um elevador?

Nesse ponto me lembrei daqueles que gostam de aventuras sexuais: elevadores, beira da praia, paradas de ônibus, banheiros do CCH, corredores de prédios residenciais, mirante da lagoa, em pé na rede, enfim. O gosto por essas aventuras pode ser explicado pelo efeito da ponte suspensa: a situação perigosa faz com o que o coração palpite ainda mais e o sentimento de paixão se intensifique. A menos que alguém veja (voyeuristas excluídos), ou que você acabe preso por atentado ao pudor, vejo tais aventuras como extremamente saudáveis para um relacionamento apaixonado e feliz. Casais: para o seu bem, façam seus corações baterem descompassados e acelerados e, mais importante: façam sexo em pé na rede. Ou morram tentando.

Até a próxima ;

3 comentários:

Risso disse...

Sexo em pé na rede FTW!

Enfim, o elevador do monumental são apenas seis andares e já devo ter subido nele pelo menos umas mil vezes nos anos em que trabalhei e perambulei por lá, mas ainda assim não conseguia fucar muito tempo pensando dado o calor sufocante do mesmo. u.u

Ana Beatriz disse...

ASHIAhsiuhAISHIUhaius Doooido, ri muito na última parte. Perfeitamente plausível teu texto!
Como disse Risso, sexo em pé na rede 4TW! \o/

Fernando Portelada disse...

gostei. Faz até algum sentindo.