Chuck Norris e o Taekwondo ocidental

domingo, 22 de novembro de 2009

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Os leitores do Nerdshots já devem ter percebido que uma das coisas que une os redatores daqui é o gosto pela luta, em maior ou menor grau. Todos (agora sem exceção) os nerds praticam alguma arte marcial. Eu pratico Taekwondo.

Enfim, durante uma conversa informal com meu mestre, começamos a falar sobre o processo que trouxe o Taekwondo da Coréia para o ocidente, após a Segunda Guerra Mundial. Para minha surpresa, meu mestre disse que um dos grandes responsáveis pela popularização da arte marcial coreana no ocidente foi ninguém menos que Chuck Norris. Sim, a referência de macheza e virilidade da internet, o superstar texano (na verdade, ele nasceu em Oklahoma) destruidor de mundos Carlos Ray Norris Jr.

Antes de mais nada, cabe aqui dar uma aulinha de história para entendermos direitinho o nexo que liga Taekwondo, Segunda Guerra Mundial e Chuck Norris.

Com o fim da Segunda Guerra, começou a Guerra Fria e o mundo se dividiu em dois. A Coréia também. Como todos sabem, durante a Guerra Fria, tanto os EUA, como a URSS, na sua disputa por áreas de influência, ofereciam ajuda financeira, proteção militar, entre outras coisas, em troca de apoio numa possível Terceira Guerra. Na minha opinião, isso era outra forma de invasão, mas tudo bem. O que importa é que os ianques descobriram o Taekwondo ao chegar na Coréia do Sul.

Aí entra Chuck Norris. Não me perguntem o porquê, mas ele foi para a Coréia no início da década de 60 e, como um prodígio, logo alcançou a faixa preta em Taekwondo. Em 1966, quando foi criada a International Taekwondo Federation (ITF), Norris já tinha retornado (1964) aos EUA como um grande lutador de “Caratê Coreano” (nomenclatura antiga do Taekwondo), ganhando vários campeonatos, nacionais e internacionais, de Caratê amador. Em 1968, foi campeão dos pesos-médios de Caratê e defendeu seu título, invicto, até sua aposentadoria dos ringues em 1974. Estreou como ator em 1969, atuando ao lado de Bruce Lee em Way of the Dragon.


O Taekwondo ocidental deve muito à carreira de Norris como ator. Olhar seu destruidor Timio-tora-bacat-tchagui (popularmente conhecido como Roundhouse Kick) incentivou vários jovens, fãs de filmes de artes marciais, a integrarem as fileiras dos dojos de Caratê e Taekwondo pelos países americanos, em geral. O ator-lutador fundou a United Fighting Arts Federation, com cerca de 2300 faixas-pretas. Também foi o primeiro ocidental a ser Grão-Mestre (8º dan) pela ITF. Hoje em dia, o sexagenário ex-lutador preside a Kick-Start foundation: uma organização que tira crianças texanas da marginalidade através da implementação do Taekwondo no currículo escolar. A fundação começou com 150 crianças e hoje conta com cerca de 4200 em mais de 30 escolas diferentes. Chuck Norris continua trabalhando para o crescimento do Taekwondo no ocidente.

Como diria um personagem de “Os feiticeiros de Waverly Place”: "Eu prefiro ser Chuck Norris, que faz mais flexões que você, explode meio mundo e não leva um tapa".

Até mais.

Perfume: uma equivalência com a teoria do objeto

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

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Pois bem pessoal, parece que o Nerdshots atravessa uma fase de abstinência de assuntos. O tempo não perdoa e o relógio cada vez mais está governando nossas vidas. Nesse mar de compromissos da vida social, o primeiro prejudicado é o blog – bem como os amados leitores desse aconchegante espaço virtual. Pensando no tempo que faz que eu (Marcos) não escrevo nada por aqui, venho, rapidamente, relatar um devaneio acadêmico que me invadiu enquanto assistia o ótimo filme de 2006: Perfume – A história de um assassino.

Perfume é uma adaptação da obra literária de mesmo nome, escrita por Patrick Süskind, em 1985. A história é sobre Jean-Baptiste Grenouille (interpretado por Ben Whishaw), um homem com um olfato extraordinário, que consegue sentir e discriminar todos os elementos presentes em todos os odores. Tá, a explicação não foi lá das melhores mas, a grosso modo, é isso que se precisa saber.

Certo dia, caminhando pela cidade, Grenouille sente um perfume maravilhoso. Ao procurar a fonte de tão arrebatadora fragrância, descobre que ela sai do corpo de uma vendedora de frutas – era o cheiro dela própria. Fascinado, ele segue a jovem para sentir seu cheiro mais de perto mas, obviamente, seu comportamento é mal interpretado por ela. Ao perceber a aproximação do escravo, a jovem tenta gritar, mas é calada por Grenouille que, não tendo controle sobre sua própria força, acaba asfixiando a mulher. Ao perceber que o cheiro da moça se esvai à medida que ela morre (ooooh!), o protagonista entra em desespero e, desde então, dedica sua vida a descobrir como armazenar o cheiro das coisas. A partir daqui, a placa de SPOILER está ligada com luzes verde-cana piscando. Não continue caso não queira saber do final do filme.

Dando um salto na história, Grenouille torna-se um aprendiz de perfumista e vai à Itália para estudar sobre técnicas de armazenar fragrâncias. De pessoas. Tendo aprendido a técnica, o perfumista seleciona e mata 16 mulheres, cujos perfumes naturais mais lhe agradavam, fabricando um único perfume com uma fragrância divina. Grenouille é preso e condenado à morte. Porém, no dia de sua execução, leva todos a acreditarem na sua inocência passando alumas gotas de sua obra prima sobre si mesmo. Logo depois, espalha a fragrância pelo lugar, com um lenço, deixando a população num misto de transe e frenesi: como que hipnotizados, todos começam a fazer sexo no meio da rua, numa das melhores cenas sodômicas vistas apenas em trechos bíblicos. Grenouille, porém, mesmo constatando o poder que sua arte possui, não se sente pleno, não se sente completo, não se sente amado. E, estranhamente lembra da mulher que matou sem conseguir reter sua essência, sentindo-se vazio por isso.

Bem, aqui começamos a viagem psicanalítica. A teoria do objeto, proposta por Jacques Lacan, introduz um objeto “a” na lógica do desejo humano. O objeto “a” não existe no real e ocupa, no simbólico, o lugar do “vazio”. O objeto “a” também pode ser entendido como “o objeto perdido” – aquele do qual só temos um estilhaço, uma vaga lembrança, que nos faz buscar em vão os outros pedaços para “completar o quebra-cabeças”. Em vão, porque o objeto “a” não existe, lembra? Tentando descomplicar um pouco, o objeto “a”, na psicanálise, é o responsável por aquela sensação de “falta alguma coisa”, por mais que alcancemos nossos objetivos.

Percebi isso no filme, ao ver a última cena que descrevi. Mesmo “satisfeito” com o resultado alcançado pela sua criação (ele não morreu, então podemos considerá-lo bem satisfeito), Grenouille não se sente pleno, completo, amado. Isso porque a fragrância não armazenada da mulher que morreu em seus braços perdeu-se para sempre. Esse perfume seria o objeto “a” de Grenouille, a razão da sua busca; o seu propósito de criar uma fragrância usando a essência de várias mulheres. O protagonista tenta, sem êxito e a todo custo, reviver esse cheiro perdido através dos estilhaços: as 16 essências das moças mortas. Tal postura assemelha-se ao que diz a teoria psicanalítica do objeto: o sujeito busca o gozo pleno – proporcionado pelo inexistente objeto “a” – nos objetos parciais, estilhaços do objeto “a”, sem que este se reduza à união desses vários objetos parciais.

Tá bom. Tá bom. Eu viajei. Mas alguém precisava atualizar isso.

Left 4 Dead 2: primeiras impressões

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

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Poucos dias antes do lançamento oficial do jogo e depois de um bom tempo jogando a demo precisava escrever algo sobre, afinal sou um entre tantos outros gamers que aguardam ansiosos por esse momento. E então, o que podemos esperar?
A melhora gráfica é notável e já era algo aguardado, afinal, mesmo sendo um jogo recente, a primeira versão deixou a desejar nesse aspecto. Além das texturas estarem muito bonitas não cheguei a ver nenhum bug ou problema como Tanks ou pedras atravessando paredes e carros.
Left 4 Dead 2 conta com uma variedade maior entre os zumbis, do que o seu antecessor, ou seja, chega de explodir sempre as mesmas cabeças. Além dos comuns temos alguns policiais usando colete e roupas especiais que dão mais trabalho para serem abatidos e também os clowns que foram exibidos nos vídeos da missão Dark Carnival.
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Os zumbis especiais também são uma melhora a parte. Além dos quatro velhos conhecidos que continuam presentes – Tanker, Witch, Smoker e Boomer – temos mais três até o momento.
O Charger, mais um brutamontes do qual vai ser necessário correr bastante e mandar bala, ele basicamente agarra seus adversários e os bate contra o chão. O Jockey pode montar nos sobreviventes e controlá-los, levando-os para onde quiser, enquanto que a Spitter pode cuspir uma gosma tóxica no chão.
Porém, não são apenas os infectados que mudaram, temos em L4D2 quatro novos rostos nos papéis dos sobreviventes: Coach, Rochelle, Ellis e Nick. Não achei os novos tão carismáticos quanto o velho Bill ou o porra—louca “I hate everything” Francis, mas isso nem de longe interfere na diversão.
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Entre as armas disponíveis na demo gostei particularmente da combinação Magnum e a nova Sniper, talvez as duas melhores armas do jogo e que fazem um estrago absurdo. Os jogadres ainda poderão contar com panelas, guitarras, tacos de basebal, motoserras, novos tipos de pistolas, submachine guns, uma nova metralhadora e outras armas que ainda não estavam disponíveis nessa versão. Também temos além do molotov e da pipe bomb um novo tipo de granada que libera um gás e atrai a horda, concentrando-os em um único local e fazendo dos zumbis alvo fácil.
A jogabilidade da versão antiga já era excelentes e não se percebe tanta diferença nos controles do jogo, mas a trilha sonora ganhou um novo tratamento, não só nos efeitos das armas e nos ruídos dos zumbis especiais, mas as músicas de fundo causam mais tensão ainda.
E se formos falar de situações tensas, o jogo em si não deixa os jogadores tranquilos um momento se quer e digo isso de uma forma positiva. Agora não é mais possível encontrarmos um local seguro para proteger-se enquanto a horda de zumbis ataca.  Os mapas estão muito mais abertos e a quantidade de especiais que aparecem aumentou consideravelmente, tornando tudo bem mais emocionante.
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Um novo modo de jogo também estará disponível, além dos já conhecidos, trata-se do "Scavenge" onde a equipe composta por quatro sobreviventes deve apanhar barris de gasolina que estão espalhados pelo cenário, de forma a encher um depósito de um gerador em menos de dois minutos. Já a equipe dos infectados impedir que isso aconteça.
Sem sombra de dúvidas, Left 4 Dead foi o jogo que mais me divertiu e garantiu bons momentos nas partidas multiplayer nesse ano que passou e seu sucessor não ficou atrás em nenhum quesito. São quatro novas missões - The Parish, Swamp fever, Dark Carnival e Hard Rain – que prometem ocupar boa parte dos meus dias e talvez atrasar um pouquinho os posts do blog depois do dia 17 de Novembro, data de lançamento do jogo lá fora.

The last Emperor: Luta e Vídeo

domingo, 8 de novembro de 2009

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Novembro com certeza está sendo um mês recheado de boas lutas. Nos próximos sábados, dia 14 e 21, teremos dois UFCs, estrelando Randy Couture, Forrest Griffin, Tito Ortiz, Minotouro com intervalos de apenas uma semana, isso é algo que não acontece geralmente. Ontem, porém, a noite não foi do Ultimate, foi do rival, Strikeforce, em um card tão bonito quanto os melhores do evento concorrente. A luta principal da noite, que será comentada abaixo, contou nada menos com O último imperador. Fedor Emelianenko.

Apesar de ser assinante do canal combate, o que me rende uma boa dose de porrada televisiva todos os dias, o Strikeforce, evento de grande porte onde lutam diversos nomes de peso, ainda não negociou seus direitos com o Brasil. O único meio de assistir ao vivo as lutas da noite foi por streaming online através do programa TVU, que diferente de outro indicado em comunidades do Orkut e até o UniversoMMA, Sopcast, não apresentou interferências, slowdowns ou quedas de conexão. Recomendado.

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Muito se falava dessa luta. Fedor é supostamente o maior peso pesado do mundo, mas devido ao fechamento de algumas associações como Pride ou Afliction, e a dificuldades impostas pela detentora de seus direitos, M1-Global, o russo quase não lutou esse ano, fazendo desta contra Rogers sua segunda luta em 2009. É certo dizer que seu maior adversário nestes últimos tempos é a inatividade.

escrevi sobre o The last emperor antes. O cara é um monstro, ganhou todo mundo que apareceu na frente dele, e tem apenas uma derrota muito contestada na longa carreira no mundo do MMA. Grandes campeões como: Minotauro, Mirko Cro Cop, Arlovski, Randleman, e Sylvia já sentiram o peso de suas mãos. O maior temor era sim o ócio de Fedor. Críticos de MMA, fãs, eu inclusive, receavam que todo este tempo parado, migrando de evento para evento pudesse tirar o brilho do russo. Ficamos felizes de saber que a história não foi bem assim.

Brett Rogers, por outro lado, estava embalado em uma sequência de 10 vitórias, 9 por KO, sendo a última contra o ótimo Andrei Arlovski aos 22 segundos do primeiro round. O gigante americano era obviamente cotado para enfrentar o campeão do evento, Alistar Overeem, mas havia uma pedra russa em seu caminho.

O primeiro round da luta não começou muito lento, como era de se esperar de ambos os lutadores. Um deles estava há quase um ano parado, enquanto o outro enfrentava uma verdadeira lenda do MMA. Após cerca de 20 segundos de estudo, alguns golpes francos foram atirados, um deles acabou por acertar o nariz de Fedor que logo abriu esvaindo-se em sangue. Nada abalado o russo cercou Rogers para a grade a fim de eliminar o maior alcance do americano. A luta mudou do boxe para o wrestling/BJJ.

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Fedor conseguia tirar da cartola umas finalizações impossíveis. Bem no meio da chuva de golpes desferida por Rogers, ele conseguia segurar um braço e tentar um armlock. Sempre que a luta ia para o chão o domínio era Russo. Além de mostrar uma resistência sobrenatural, agüentando socos que nocauteariam a maioria dos lutadores, Fedor mostrou calma e técnica suficiente para conseguir se livrar de situações adversas. Quem escapa de um suplex de Randleman após cair de cabeça e levantar como se nada tivesse acontecido realmente pode qualquer coisa.

Logo no começo do segundo round, após cinco primeiros minutos mais complicados, ainda deixando uma certa dose de incerteza no Cage do Strikeforce, os Lutadores foram para a trocação e após uma abertura de Rogers, Fedor conseguiu conectar um soco que derrubou seu adversário.

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Apesar da vitória, esta claramente não foi uma das melhores apresentações de Emelianenko. Vimos um lutador confiante, mas muito exposto, se em uma falha dessas algum golpe entrasse com mais força, uma segunda derrota poderia manchar o cartel de Fedor. A técnica de solo continua impecável, apesar da luta não ter sido vencida por submission, mas somente com mais algumas lutas poderemos ver, espero, a estrela russa brilhar com força no Cage.

Apesar de ser cedo para dizer, creio que The last Emperor não encontrará adversários difíceis no Strikeforce, apesar dos bons lutadores da organização, seus verdadeiros desafios estariam no Ultimate, e sua ida para o evento é algo que não deve ocorrer tão cedo.

vídeo:

Diabulus in Musica: D:S:O

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

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Estou numa fase de experimentalismo musical. Desde o início deste ano, escutei mais músicas, estilos e bandas do que em aproximadamente 2 ou 3 anos da minha vida, período em que meus ouvidos só conheciam meia dúzia de bandas e, no máximo, 2 estilos musicais.

Enfim, graças à animação do meu ano de 2009, com muitas mudanças e reviravoltas (entre elas a entrada em uma banda), tive a oportunidade de expandir e, talvez, refinar meu gosto musical. Escutei reggae, indie, industrial, poprock, dance antigo, funk, trash, black, power, gothic, progressive e mais uns trocentos estilos diferentes de metal, entre outros . Conheci vários artistas que só tinha ouvido falar e revisitei os que já conhecia, com um olhar mais aberto e mais crítico. Pretendo continuar expandindo meus horizontes musicais.

Toda essa introdução serve para mostrar como eu cheguei a Diablo Swing Orchestra – D:S:O, para ficar mais fácil. No meio desse jukebox, foi uma banda que logo atraiu minha atenção pela pegada bem “folk metal” das músicas. Quem me conhece, sabe que gosto demais de violinos, flautas, gaitas e violões flamencos em meio a solos de guitarra e batidas frenéticas em pratos de ataque de 17 polegadas. Se tiver uma soprano talentosa cantando, melhor ainda! Resumidamente, isso é D:S:O, que me foi mostrado pela primeira vez por um amigo de gosto musical respeitável (valeu Splinter!).

A história do grupo é controversa. Reza a lenda que existiu, na Suécia do século XVI, uma orquestra com uma musicalidade impecável, que atraía seguidores de todas as classes sociais. A Igreja Católica, porém, viu com maus olhos a reputação do grupo e começou a perseguí-lo, apelidando-o de “orquestra do diabo”. Seus integrantes foram mortos pela inquisição, mas deixaram uma carta para que quem a encontrasse continuasse a orquestra. E assim foi feito. 500 anos depois, mas foi feito.

O estilo da banda tem o metal como base, porém com elementos de Blues, Jazz, música Country americana, ou western, música Flamenca e até uma semelhança com músicas de Dança do Ventre. Destaque para Balrog Boogie, Poetic Pitbull Revolutions e Gunpowder Chant, onde a mistura é mais evidente. Acreditem: a mistura é fantasticamente feliz e o resultado são músicas muito boas, que seduzem o ouvinte a querer a próxima, a próxima e mais a próxima, tal qual a música do suposto grupo ancestral do século XV.

Apesar de alguns classificarem o som de D:S:O como Metal Sinfônico, Progressivo ou Folk, a própria banda se rotula como Avant-garde Metal (Ou metal de vanguarda). Bem justo, afinal de contas, a mistura do Metal com o Dark Cabaret é algo inédito (me corrijam se eu estiver errado). Peraí! Dark Cabaret? Diabéisso? Foi a minha reação ao encontrar o termo nas minhas pesquisas sobre o estilo musical do D:S:O. Pois bem, o Dark Cabaret é, basicamente, uma mistura entre o estilo gótico, ou punk pós anos 70, e as músicas de cabaré européias. O estilo tem como base um piano, trompete ou violoncelo acompanhado de um intenso vocal (geralmente feminino) no melhor estilo soturno das músicas de cabaré francesas dos anos 1910.

O Dark Cabaret tem influência direta do burlesco: na música, a justaposição de elementos cômicos e sóbrios para criar um efeito grotesco. Percebemos bastante isso nos nomes das músicas de D:S:O – Wedding March For a Bullet, Poetic Pitbull Revolutions, Porcelain Judas, etc. Nos Estados Unidos do início do século XX, chamava-se burlesque um show de variedades que tinha um striptease como atração principal. E lá vamos nós para os cabarés soturnos... Mas não fujamos tanto do assunto. Em uma outra oportunidade, o Dark Cabaret ocupará o tema central de um post.

D:S:O foi formada na Suécia, em 2003, e é composta por Pontus Mantefors (guitarra e efeitos), AnnLouice Lögdlung (vocal), Daniel Hakansson (guitarra, vocal e sitar), Andy Johansson (baixo), Andreas Halvardsson (bateria) e Johannes Bergion (violoncelo), D:S:O gravou um EP – Borderline Hymms (2003) – e dois CDs – The Butcher’s Ballroom (2006) e Sing Along Songs for the Damned & Delirious (2009). Ainda não conheci alguém que falou mal de D:S:O. Mesmo os que não gostam do estilo tiveram que franzir a testa em respeito à qualidade musical da banda: simplesmente hipnotizadora.

Discografia: http://www.mediafire.com/?sharekey=1af0ed4e69d87a1a4c17ca8801618ef7ea2821814a676b175621d66e282a0ee8

http://www.4shared.com/file/132534836/8edc79e3/Diablo_Swing_Orchestra_-_2009_-_Sing_Along_Songs_for_the_Damned_and_Delirious.html?s=1

Meu nome é Capitão Gancho.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

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Ou quase. O seu também, aposto.

Está virando praxe começar meus posts com esta intertextualidade com trabalhos antigos, mas quem acompanha meus escritos há algum tempo sabe a minha opinião social sobre pirataria. Por meio destas linhas procuro corroborar um pouco mais tal idéia e elucidar mais um lado dessa história cultural.

Ontem, dia 1º, iríamos ao cinema compelidos pela estréia de Surrogates, filme novo de Bruce Willis que parece ser bem divertido com uma história digna de uma mente Asimoviana (?). O problema ocorreu quando o Box, única rede de cinemas presente em nossa cidade, resolveu não passar o longa. Sério, uma superprodução e provavelmente sucesso de bilheteria com o Badass de Die Hard 1, 2, 47, não está em cartaz na capital maranhense.

Os fãs e entusiastas desapontados pela companhia Box obviamente não vai ficar sem ver o filme que tanto querem. A solução? Internet.

essa sim é pirata

Isso ocorre não somente com os cinemas. Um exemplo que gosto de citar é Family Guy, exibida pelo canal pago FX. Conheci a série que viria a se tornar minha comédia de animação favorita quando ela ainda passava pela Fox, antes da criação do braço “adulto” da emissora. Isso tudo na televisão mesmo, o que é raro nos dias de hoje, pós rede mundial de computadores. Alguém ainda se lembra qual foi a última banda que conheceu pelo rádio?

Pois bem, apesar de Family Guy ser exibido “de graça”, prefiro baixar os episódios de algum site de torrents randômico. Por quê? Descaso da emissora. As incontáveis reprises, temporadas atrasadas e a falta de novos episódios acabam por desestimular os espectadores, eu, no caso, e mandá-los em busca de outras fontes de exibição: a internet. Assisto semanalmente, junto com os americanos, um episódio novo ao invés de esperar cerca de um ano para vê-lo em um horário alternativo ou de difícil acesso para quem tem uma vida estudantil/social corrida. Vale lembrar também que isto não é um caso isolado do FX, A Warner com Two and a Half Man, A Fox com Simpsons, etc.

Não é somente de filmes ou séries que vive a pirataria, óbvio. Jogos, programas de computador e até essas mp3 que você guarda com tanto carinho em seu HD são alvo de algum meio ilegal de obtenção, ou quer dizer que todo mundo pagou por esses gigabites de música?

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A culpa não é só do governo, dos cinemas, das emissoras de televisão. É sim, claro, uma questão cultural: O brasileiro sempre vai escolher o caminho mais fácil. O tal jeitinho que tanto falam. É feio, eu sei, mas sem uma conscientização do outro lado, o da indústria, de que as coisas são assim e não vão mudar tão facilmente com propagandas na rede globo ou avisos antes de iniciar um DVD, mas sim com diminuição dos impostos no caso de jogos e softwares e uma real PREOCUPAÇÃO com o consumidor, seja estreando certos filmes no cinema, seja não reprisando mil episódios antigos de determinada série em um looping infinito.

Eu queria sim assistir Family Guy com alguns cliques de controle remoto ou caixinhas esverdeadas bonitas pros meus jogos de 360, mas enquanto me tratarem como idiota uma visita rápida ao mininova resolve meus problemas. Os seus também.

Como já diz o blog 4baixar “Pirataria é crime, original é um roubo, compartilhar é legal”